O agronegócio brasileiro experimentou uma evolução notável nas últimas décadas. Especificamente na produção de grãos, o volume colhido aumentou seis vezes em 40 anos, enquanto a área plantada apenas dobrou. Esse aumento na produtividade deve-se, em grande parte, à melhoria na fertilidade do solo, com a utilização de insumos como o calcário.
Para os produtores rurais, esse avanço resultou em maior lucratividade. Para o país, trouxe sustentabilidade e alimentos mais saudáveis para os consumidores. O Dia Nacional do Calcário, celebrado em 24 de maio, destaca a importância desse insumo. Contudo, ainda há uma defasagem de 30% na aplicação de calcário nas fazendas e pastagens, com o consumo anual em 57 milhões de toneladas, quando deveria ser de 80 milhões, segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Calcário Agrícola (Abracal).
A indústria de calcário no Brasil está preparada para atender um aumento no consumo, que se espera ocorrer quando os produtores rurais forem incentivados a corrigir a acidez do solo, um problema comum em regiões tropicais. A correção da acidez do solo, conhecida como calagem, permitiria uma maior produção de alimentos e energia sem a necessidade de expandir a área cultivada. Além disso, aumentaria o emprego e a renda tanto no campo quanto na cidade.
É crucial que as técnicas de manejo do solo cheguem aos pequenos produtores, pois são eles os principais beneficiários do Plano Safra. Uma pesquisa recente em São Paulo revelou que muitos pequenos agricultores não realizam análise de solo nem utilizam calcário e fertilizantes, o que resulta em colheitas menores. Sem o uso de calcário, os fertilizantes têm até 70% menos eficácia em solos ácidos. Ambos os insumos são essenciais, sendo que o calcário é um produto nacional e mais acessível que os fertilizantes importados.
Atualmente, o Brasil é líder mundial em tecnologia de plantio em solos tropicais, e a calagem é um componente fundamental dessa tecnologia.