O agronegócio é um componente vital da economia do Brasil. Contudo, muitos dos solos brasileiros são naturalmente ácidos e têm baixa disponibilidade de nutrientes essenciais, como cálcio e magnésio. A utilização de calcário no solo se apresenta como uma solução eficaz para corrigir essa acidez, estimulando a atividade microbiana, promovendo o desenvolvimento das raízes e aumentando a disponibilidade de nutrientes.

A técnica de calagem, que envolve a adição de calcário ao solo, é amplamente reconhecida como uma das maneiras mais eficazes de aumentar a eficiência dos fertilizantes. Segundo especialistas, aproximadamente 70% dos solos brasileiros apresentam alta acidez, o que pode diminuir a produtividade agrícola em até 30%. Em solos ácidos, os nutrientes disponíveis ou fornecidos pela adubação não são totalmente absorvidos pelas plantas, levando a uma queda na produtividade e na renda dos agricultores.

Apesar dos benefícios e do custo relativamente baixo do calcário, seu uso ainda é insuficiente em diversas regiões do país. É importante ressaltar que o efeito do calcário no solo é gradual, e uma única aplicação não é suficiente para corrigir a acidez. Pesquisas indicam que a calagem superficial pode corrigir adequadamente a acidez do solo e aumentar a sustentabilidade do plantio direto, desde que a dosagem e a frequência de aplicação sejam corretamente ajustadas.

A realização constante de análises químicas do solo é fundamental para identificar o momento mais adequado para novas aplicações de calcário. Diversos fatores influenciam o tempo de reação do calcário no solo, como o tipo de solo, a quantidade aplicada, o sistema de cultivo utilizado, a qualidade do corretivo, quantidade de chuva e a gestão dos fertilizantes (especialmente os nitrogenados, que são acidificantes).

Para definir a necessidade de calcário e calcular a dose adequada, é essencial realizar uma análise de solo guiada por um engenheiro agrônomo. Em essência, a aplicação de calcário é uma tática vital para incrementar a produtividade e a sustentabilidade do agronegócio no Brasil, resultando em solos mais férteis e uma agricultura mais eficiente e rentável.